Trump ameaça Chicago com intervenção militar; governador o chama de “aspirante a ditador”

Trump ameaça Chicago com intervenção militar; governador o chama de "aspirante a ditador"

Chicago (Illinois) – Em mais uma escalada retórica, o presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, reforçou neste sábado (6) as ameaças de enviar tropas da Guarda Nacional e agentes de imigração para Chicago. A terceira maior cidade do país tornou-se o mais recente alvo do governo federal em sua disputa com municípios governados por democratas.

A ameaça foi feita através de uma publicação nas redes sociais na qual Trump compartilhou uma montagem no estilo do filme “Apocalypse Now”, de Francis Ford Coppola.

A imagem, que aparenta ser gerada por inteligência artificial, mostra helicópteros sobrevoando a cidade e uma grande bola de fogo, remetendo ao clássico ambientado na Guerra do Vietnã.

(Imagem/X/@realDonaldTrump)

Na legenda, o presidente escreveu: “Adoro o cheiro de deportações pela manhã. Chicago está prestes a descobrir por que se chama Departamento de GUERRA”.

A frase é uma adaptação da célebre fala do personagem interpretado por Robert Duvall no longa de 1979: “Adoro o cheiro de Napalm pela manhã”.

O governador de Illinois, JB Pritzker, respondeu diretamente as ameaças, acusando Trump de agir como um “aspirante a ditador”.

“O presidente está ameaçando entrar em guerra com uma cidade americana. Isso não é uma piada. Isso não é normal, Donald Trump não é um homem forte, é um homem medroso. Illinois não se deixará intimidar por um aspirante a ditador”. disse.

Pritzker é cotado como possível candidato presidencial pelo Partido Democrata em 2028.

(Foto: Reprodução)

Na última sexta-feira (5), Trump assinou decreto que busca mudar o nome do Departamento de Defesa para “Departamento de Guerra”, medida que, no entanto, ainda precisa ser aprovada pelo Congresso para entrar em vigor.

Segundo o republicano, a mudança visa enviar “uma mensagem de vitória” ao mundo.

A estratégia de intervenção já foi posta em prática em outras localidades. Em junho, o presidente norte-americano enviou tropas da Guarda Nacional para Los Angeles, na Califórnia, e mantém forças em Washington desde o mês passado.

Cidades como Baltimore (Maryland), Nova Orleans (Luisiana) e Portland (Oregon) também foram mencionadas publicamente como alvos de futuras operações.

Policiais observam durante o desfile do Dia da Independência Mexicana de Pilsen, em Chicago no sábado (6) (Foto: AP/Carolyn Kaster)

Líderes municipais e estaduais de Chicago já afirmaram que vão acionar a Justiça para tentar barrar uma eventual ação do governo federal, seguindo o caminho de outras cidades que conseguiram liminares contra a presença massiva de agentes federais.

Trump, por sua vez, tem defendido publicamente que possui poderes quase ilimitados para mobilizar a Guarda Nacional. Em declaração no mês passado, ele afirmou:

“Se me chamarem de ditador, mas eu acabar com o crime, então posso ser o que quiser. Não que eu não tivesse esse direito — eu tenho. Sou o presidente dos Estados Unidos. Se eu considerar que o país está em perigo — e ele está nessas cidades — posso agir”.

Ainda não há detalhes oficiais sobre o plano ou o cronograma de uma possível operação em Chicago. Enquanto isso, a oposição e os protestos se intensificam.

Neste sábado, uma grande marcha percorreu o centro de Washington exigindo o fim do que classificam de “ocupação” militar.

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