STF manda PGR se manifestar sobre ‘risco de fuga’ de Bolsonaro para Argentina

STF manda PGR se manifestar sobre 'risco de fuga' de Bolsonaro para Argentina

Brasília (DF) – A Procuradoria-Geral da República (PGR) deverá se pronunciar até a manhã desta quarta-feira (27) sobre a defesa apresentada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo Tribunal Federal (STF) no processo que investiga um suposto plano de fuga para a Argentina. O prazo foi estabelecido após a formalização da vista dos autos pela Secretaria da Corte nesta segunda-feira (25).

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em Brasília desde 4 de agosto, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, que apontou descumprimento de medidas cautelares, incluindo restrições ligadas ao uso de redes sociais. A intimação ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, ocorreu nesta segunda, embora Moraes já tivesse ordenado a “imediata vista” à PGR em 20 de agosto.

A Polícia Federal (PF) indiciou Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. O indiciamento decorre das investigações da Ação Penal nº 2668, que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023. Durante a apuração, a PF encontrou no celular de Bolsonaro o rascunho de um pedido de asilo político à Argentina, documento que reforçou as suspeitas de um plano de fuga.

O caso tem repercussão internacional. Os Estados Unidos anunciaram sanções contra autoridades brasileiras envolvidas em ataques à democracia, e o presidente norte-americano Donald Trump classificou a ação contra o aliado como uma “caça às bruxas”.

Enquanto aguarda o parecer da PGR, Bolsonaro enfrenta um cenário de desgaste também na opinião pública. Uma pesquisa da Quaest, encomendada pela Genial Investimentos, mostra que 55% dos brasileiros consideram justa a prisão domiciliar imposta pelo STF, enquanto 39% a classificam como injusta e 6% não souberam ou não responderam.

O resultado evidencia uma divisão política, mas também sinaliza que a maioria da população aprova a medida. O levantamento reforça a pressão sobre o ex-presidente, que enfrenta ao mesmo tempo investigações criminais, restrições judiciais e perda de apoio popular.

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