Amaturá (AM) – O município de Amaturá, a 990 quilômetros de Manaus, foi um dos 26 contemplados com a construção de creches e pré-escolas no âmbito do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – 2ª Etapa, anunciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), apesar do município acumular um histórico de obras escolares incluindo creches, escolas e quadras esportivas paralisadas e inacabadas.
A proposta, aprovada sob a gestão de Nazaré Rocha (MDB), é voltada para a ampliação da oferta da Educação Infantil e visa beneficiar diretamente comunidades da zona rural e urbana da cidade.
Porém, de acordo com dados do Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec), Amaturá possui nove obras escolares inacabadas que constam atualmente como canceladas, o que levanta dúvidas sobre a efetividade da nova proposta. As construções iniciadas com recursos do FNDE entre 2014 e 2020 não foram concluídas, muitas delas com menos de 50% de execução e gasto milionário de R$ 1.303.443,65.
O Novo PAC também beneficiou as cidades de Anamã, Apuí, Atalaia do Norte, Barreirinha, Caapiranga, Canutama, Careiro, Careiro da Várzea, Humaitá, Ipixuna, Iranduba, Japurá, Juruá, Manaquiri, Manaus (3 unidades contempladas), Manicoré, Maués, Parintins, Pauini, Presidente Figueiredo, São Gabriel da Cachoeira, São Paulo de Olivença, São Sebastião do Uatumã, Silves, Uarini.
Obras paralisadas em Amaturá
Escola “Deus Proverá” – Zona Rural
Com 33,73% de execução física, a obra da escola localizada na Rua Deus Proverá, zona rural de Amaturá, foi paralisada com pouco mais de R$ 73 mil executados, de um total de R$ 243 mil previstos. A tipologia era de uma unidade com duas salas de aula. A obra teve termo de convênio assinada em 2014.


Escola “Nova Jesuânia” – Zona Rural
A unidade situada na Rua Souza Neves chegou a 36,34% de execução antes de ser cancelada. Com investimento total previsto de R$ 243.481,82, e R$ 73 mil foram aplicados na obra. A tipologia também previa uma escola com duas salas. O convênio foi assinado em 2014.


Escola “Comunidade Bom Pastor” – Zona Rural
Construída na Rua do Campo, a escola da Comunidade Bom Pastor teve 42,87% das obras executadas antes da interrupção. Dos mais de R$ 244 mil orçados, cerca de R$ 102 mil foram utilizados.


Escola “Comunidade Canimaru” – Zona Rural
A unidade na Rua Canimaru foi paralisada após atingir 45,09% da execução. Os dados mostram um investimento parcial de R$ 107.131,99, de um total previsto de R$ 243.481,82.


Escola “Nova Esperança” – Zona Rural
Com um dos maiores aportes entre as obras listadas, a escola da Comunidade Nova Esperança teve orçamento de R$ 942.644,95, mas só teve R$ 188.528,99 aplicados. A execução física parou em 23,65%.


Escola “Comunidade Umarirana” – Zona Rural
A obra atingiu 34,52% de execução, com R$ 320.349,82 aplicados de um total superior a R$ 942 mil. A unidade também teria quatro salas de aula.


Escola “Solimões” – Zona Rural
A escola localizada às margens do Rio Solimões foi cancelada com apenas 28,12% da construção finalizada. Do total orçado de R$ 942.647,89, foram aplicados R$ 188.529,58.


Escola “7 de Setembro” – Comunidade Nova Itália
Com previsão de seis salas, essa era uma das maiores escolas previstas. Teve 34,35% de execução com aplicação de R$ 316.382,96, do montante total de R$ 1.020.590,20.


Quadra da Escola Municipal Santa Fé – Comunidade Nova Itália
A única obra fora do padrão de escolas, essa quadra coberta, atingiu apenas 8,88% de execução. Foram pagos pouco mais de R$ 103 mil de um orçamento de R$ 689 mil.


O abandono das obras escolares em Amaturá reflete a falta de continuidade administrativa ao longo de diferentes gestões municipais. Os empreendimentos, iniciados entre 2014 e 2020 com recursos federais, ficaram pelo caminho durante os mandatos dos ex-prefeitos João Braga (PT), Corado (PMDB) e Zezinho Eufrázio (Pros), sem que houvesse a devida conclusão ou prestação de contas eficiente. A atual prefeita Nazaré Rocha, que assumiu em 2024, herdou esse passivo, mas até agora nenhuma medida concreta foi apresentada para retomar ou reaproveitar essas estruturas.
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