Erika Hilton cita morte de adolescente e cobra ação do Congresso: “Parem de nos matar”

Erika Hilton cita morte de adolescente e cobra ação do Congresso: “Parem de nos matar”

Brasil – Durante discurso na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (9), a deputada Erika Hilton denunciou o assassinato brutal de Fernando Vilaça, de apenas 17 anos, espancado até a morte em Manaus após ser chamado de “viadinho”. O crime, segundo a parlamentar, é um reflexo direto da homofobia estrutural e da omissão do Estado frente à violência que atinge a população LGBTQIA+ no Brasil.

Erika detalhou que Fernando foi agredido e morto após questionar por que estava sendo tratado com escárnio.
“Por perguntar por que o tratavam como ‘viadinho’, foi executado e espancado até a morte. Um jovem alegre, que cuidava da irmã, teve a vida ceifada pela intolerância e pelo ódio”, disse.

A parlamentar ressaltou que não apenas uma mãe e uma irmã choram pela perda, mas toda uma comunidade.
“A comunidade LGBTQIA+ também chora. Chora por um Congresso que não legisla por nossas vidas, que assiste calado à violência brutal e constante que enfrentamos todos os dias”, afirmou.

Crítica ao Congresso e à hipocrisia política

Em sua fala, Erika Hilton não poupou críticas ao Legislativo.

“Este Congresso não apenas ignora nossa dor, como muitas vezes promove discursos e projetos que pioram nossa realidade. Parlamentares já ridicularizaram pessoas trans aqui mesmo nesta tribuna. O deboche e o ódio institucional alimentam a violência na ponta”, declarou.

A deputada prometeu não deixar que o caso caia no esquecimento. “A morte de Fernando não será em vão. Gritaremos seu nome. Combateremos com coragem e força a LGBTfobia que nos mata, como matou Tandara dos Santos e tantos outros”, lembrou.

Cobrança por justiça e resposta do Estado

Hilton informou que solicitou ao Ministério dos Direitos Humanos acompanhamento do caso e cobrou uma resposta rápida.

“Os assassinos devem ser punidos. É preciso dizer com firmeza que nossas vidas não são descartáveis. Não aceitaremos mais ver nossos jovens sendo assassinados por serem quem são”, pontuou.

Família nega boatos e reafirma motivação homofóbica

Em nota divulgada na terça-feira (8), a família de Fernando repudiou especulações sobre a sexualidade do adolescente e reforçou que ele foi vítima de homofobia.

“O meu filho NÃO ERA HOMOSSEXUAL. As falas dos agressores eram SIM homofóbicas e preconceituosas. Mesmo se ele fosse, ninguém tem o direito de tirar a vida de alguém. Isso é bullying, é crime, é homofobia”, escreveu a família.

“Não é mais súplica. É exigência”

Nas redes sociais, Erika Hilton finalizou seu posicionamento com um apelo forte e direto:
“O ‘parem de nos matar’ não pode mais ser visto como súplica. Precisa se tornar exigência. A existência de Fernando foi tratada como descartável. Isso precisa parar.”

O caso segue sob investigação, e a pressão por justiça se intensifica diante de mais uma morte brutal com raízes na intolerância que assola o país.



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