Deputados Célia Xakriabá e Kim Kataguiri trocam acusações de agressão e racismo na Câmara

Deputados Célia Xakriabá e Kim Kataguiri trocam acusações de agressão e racismo na Câmara

Brasília (DF) – Um embate envolvendo a deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) e o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP) marcou a votação do projeto de licenciamento ambiental na Câmara nesta quarta-feira (16). Enquanto Kim acusa a parlamentar indígena de tê-lo atacado com uma caneta, Célia afirma ter sido alvo de racismo por parte de colegas que teriam zombado de seu cocar durante a sessão.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Kim relatou que subiu à tribuna para denunciar supostas irregularidades no licenciamento de Belo Monte, afirmando que “tribos indígenas receberam gado, Hilux e dinheiro por conta do licenciamento”. Segundo ele, Célia Xakriabá reagiu exaltada, chamando-o de “deputado estrangeiro” e “deputado reborn”. O deputado disse que respondeu: “estrangeiro não sou eu — estrangeiro é a ave pavão, e tem gente que faz cosplay desse animal”.

Após o comentário, Kim afirma que a deputada perdeu o controle, avançou contra ele e foi contida por colegas e pela Polícia Legislativa. Ele mostrou um ferimento na mão, que atribui ao golpe de uma caneta durante a confusão. “O Parlamento precisa ser espaço de debate e verdade, não de agressões físicas ou intimidações”, disse o parlamentar, que reiterou que seguirá firme em suas posições.

Na madrugada desta quinta-feira (17), Célia Xakriabá se manifestou nas redes sociais sobre o episódio. A deputada disse ter sido atacada de forma racista por parlamentares que zombaram de seu cocar. “O cocar que carrego não é adereço. É um elemento sagrado, carregado de história, ancestralidade, espiritualidade e resistência. É a voz de muitos povos que caminham junto”, escreveu.

Segundo Célia, essa não foi a primeira vez que sofreu violência dentro do Congresso. “O que me indigna é perceber como o racismo segue sendo naturalizado nesses espaços de poder. Durante os ataques, o presidente da Casa se manteve em silêncio. Não aceitarei isso calada. Chega de racismo, intolerância e violência”, afirmou.



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