São Paulo – A Avenida Paulista, principal palco de protestos políticos do país, recebeu neste domingo (6) uma grande manifestação convocada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em defesa da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando sedes dos Três Poderes em Brasília foram invadidas e depredadas.
O símbolo mais marcante do ato foi o batom, em referência ao caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, de 39 anos, que usou um batom para escrever “Perdeu, mané” na escultura “A Justiça”, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Débora ficou dois anos presa e agora cumpre regime domiciliar no interior paulista. Muitos manifestantes levaram batons como forma de protesto, afirmando que o objeto se tornou uma “arma” simbólica contra o que chamam de “perseguição política”.

O pastor Silas Malafaia, um dos principais organizadores do evento, afirmou que a expectativa é de que o protesto pela anistia em São Paulo supere o realizado há três semanas em Copacabana, no Rio de Janeiro. Entre os motivos, ele destacou o tamanho da população paulistana, a tradição da Avenida Paulista como cenário de grandes manifestações e o horário mais favorável – o ato começou às 14h, enquanto no Rio foi realizado de manhã devido à final do Campeonato Carioca entre Flamengo e Fluminense.
Durante o protesto, os manifestantes entoaram cantos como “Vamos pra rua pra derrubar o PT”, música que se tornou símbolo dos atos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. O principal objetivo do movimento é pressionar o Congresso a aprovar um projeto de lei que conceda anistia a todos os condenados pelos atos de 8 de janeiro.

Até o momento, mais de 500 pessoas foram condenadas pelo STF pelos crimes cometidos durante a invasão, com penas que variam de 3 a 17 anos de prisão. Os manifestantes argumentam que as sentenças são excessivas e politicamente motivadas, especialmente pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo.
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