Manaus (AM) – A venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), única unidade de refino da Região Norte, para o Grupo Atem no final de 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), tem gerado críticas e preocupações. Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM), a privatização resultou em aumentos nos preços dos combustíveis e demissões em massa, afetando diretamente a economia local e a segurança energética da região.
Desde a aquisição, a Refinaria da Amazônia (REAM) tem praticado preços superiores aos da Petrobras. Estudos indicam que o litro da gasolina vendida pela REAM custa R$ 3,52, enquanto a Petrobras comercializa a R$ 3,31, uma diferença de 6,5%. Além disso, o preço do gás de cozinha no Amazonas aumentou 9% após a privatização, contrastando com a queda de quase R$ 2 no preço médio nacional.
O coordenador-geral do Sindipetro-AM, Marcus Ribeiro, denuncia que mais de 75 trabalhadores foram demitidos desde a venda, comprometendo a segurança operacional da refinaria. Ele alerta que a REAM está sendo transformada em um terminal de importação, abandonando o refino local e aumentando a dependência de combustíveis importados.
A privatização da Reman foi concluída por aproximadamente R$ 1,3 bilhão, valor considerado abaixo do mercado por especialistas. O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) estimou que a refinaria foi vendida por cerca de 70% de seu valor real.
Parlamentares do Amazonas manifestaram-se contra antes mesmo de ocorrer a venda. O então deputado federal José Ricardo (PT) criticou a operação, afirmando que a privatização resultaria em preços mais altos para a população e entregaria um patrimônio estratégico a interesses privados. No Senado, Omar Aziz (PSD-AM) também questionou a negociação, destacando a falta de investimentos na refinaria antes da venda.
Em nota enviada ao Portal tucumã, a Ream diz que a adequação do quadro de funcionários foi necessária após a consolidação das operações e que mantém o compromisso com a segurança energética da região.
“A Refinaria da Amazônia (REAM) informa que após a aquisição do ativo, em dezembro de 2022, ampliou temporariamente o quadro de profissionais para assegurar uma transição segura na gestão, inclusive com a contratação de diversos consultores para formação das equipes. Com a consolidação das operações e o ganho de produtividade, a adequação do quadro tornou-se indispensável”, diz a nota.
A empresa também informou que o abastecimento de combustíveis segue o curso normal do processo, sem risco de “desabastecimento” e de forma “eficiente”.















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