Vídeo de Flávio Bolsonaro contribuiu para prisão domiciliar do pai

Vídeo de Flávio Bolsonaro contribuiu para prisão domiciliar do pai

Brasil – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após identificar novo descumprimento das medidas cautelares. A decisão inclui a proibição de visitas (exceto advogados e pessoas autorizadas pelo STF), a proibição do uso de celular e a instalação de tornozeleira eletrônica.

O motivo central da decisão foi um vídeo publicado no domingo (3) por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, no qual Bolsonaro aparece em uma videochamada com manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro. A publicação foi posteriormente deletada, mas já havia circulado amplamente.

Mesmo impedido de sair de casa, em Brasília, Bolsonaro participou da mobilização nacional organizada por aliados, que protestavam contra as restrições impostas a ele e pediam o impeachment de Moraes.

O ministro considerou que a gravação mostra que Bolsonaro produziu de forma consciente conteúdo direcionado à militância, com o objetivo de pressionar o STF e interferir nas investigações em curso.

“Agindo ilicitamente, o réu JAIR MESSIAS BOLSONARO se dirigiu aos manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, produzindo dolosa e conscientemente material pré-fabricado para seus partidários continuarem a tentar coagir o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL e obstruir a Justiça, tanto que, o telefonema com o seu filho, FLÁVIO NANTES BOLSONARO, foi publicado na plataforma Instagram.”

Ainda segundo Moraes, o fato de o vídeo ter sido removido horas depois evidencia tentativa de “omitir a transgressão legal”, o que, para ele, reforça a necessidade de medidas mais severas.

“A Justiça é cega, mas não é tola”, escreveu o ministro, justificando o endurecimento das condições impostas ao ex-presidente.

Foto: Reprodução

A decisão de Moraes amplia as restrições anteriores, que já proibiam Bolsonaro de usar redes sociais, manter contato com outros investigados e sair de sua residência após determinado horário. Agora, com a prisão domiciliar decretada, o ex-presidente fica ainda mais isolado politicamente, embora as investigações apontem que ele continuava influenciando apoiadores por meio de terceiros.

A defesa de Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre a nova decisão.



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