Mundo – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a se manifestar nesta terça-feira (15) em defesa do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL), que enfrenta um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Durante coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump foi questionado por jornalistas sobre o avanço das investigações no Brasil e o recente pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que Bolsonaro seja condenado por três crimes: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e participação em organização criminosa.
Mesmo afirmando que “não é amigo pessoal” do ex-presidente brasileiro, Trump declarou que o conhece e o considera “um líder firme, que atuou em favor do seu país”.
“O que estão fazendo com Bolsonaro é uma verdadeira witch hunt (caça às bruxas). Já vi esse filme antes. Estão tentando calar um homem que representou milhões de pessoas. Não é diferente do que tentam fazer comigo aqui”, disse Trump.
A expressão “caça às bruxas” tem sido constantemente usada por Trump para deslegitimar processos judiciais contra ele nos EUA, e agora foi adaptada para defender seu aliado ideológico no Brasil. A retórica remonta à sua própria narrativa de perseguição política por parte do Judiciário e da mídia americana.
Relação entre os dois líderes
Apesar de negar proximidade pessoal, Trump e Bolsonaro trocaram elogios ao longo de seus mandatos e têm sido frequentemente comparados por analistas políticos por seu estilo combativo, retórica populista e afinidade com pautas da direita conservadora. Durante as eleições de 2022 no Brasil, aliados de Trump demonstraram apoio à campanha de reeleição de Bolsonaro.
Mais recentemente, Trump citou o Brasil em uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao justificar a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, mencionando o “desrespeito a princípios democráticos” e uma suposta “interferência judicial politizada” no país.
Processo em curso no STF
A PGR acusa Bolsonaro de ter liderado e estimulado uma cadeia de ações com o objetivo de desestabilizar o sistema democrático brasileiro, especialmente após a derrota nas urnas em 2022. A Procuradoria pede a condenação do ex-presidente com base em depoimentos, provas colhidas em operações da PF e mensagens trocadas com aliados.
O caso agora está nas mãos do STF, que analisará o pedido da PGR e decidirá se Bolsonaro se tornará réu formal no processo.
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