Sidney Leite lidera gastos com “Cotão” entre deputados do AM no 1º semestre de 2025

Sidney Leite lidera gastos com “Cotão” entre deputados do AM no 1º semestre de 2025

Manaus (AM) – Os deputados federais do Amazonas gastaram quase R$ 1,8 milhão em verbas da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), conhecida como “Cotão”, apenas no primeiro semestre de 2024. O montante, divulgado pelo Portal da Transparência da Câmara, mostra uma média diária de quase R$ 10 mil em despesas com divulgação, passagens, consultorias e outros serviços ligados ao mandato.

O campeão de gastos foi Sidney Leite (PSD), que utilizou R$ 289.847,25, seguido por Pauderney Avelino (União Brasil), com R$ 276.924,90, e Adail Filho (Republicanos), que gastou R$ 275.648,48.

Na outra ponta da lista, Amon Mandel (Cidadania) aparece como o mais econômico, com R$ 34.334,62 utilizados no semestre, média de apenas R$ 190 por dia, quase dez vezes menos que Sidney Leite. A postura de contenção nos gastos com o Cotão já é uma marca do parlamentar, desde os tempos de vereador em Manaus, quando era o único entre os 41 a não utilizar verbas extras.

Divulgação parlamentar lidera despesas

A maior parte do montante foi destinada à divulgação da atividade parlamentar, que somou R$ 566.715,68. Apenas Amon não utilizou essa categoria.
Os maiores investidores em publicidade de mandato foram:

Adail Filho: R$ 190 mil / Sidney Leite: R$ 136,5 mil / Pauderney Avelino: R$ 85.235,68

Cada parlamentar amazonense tem direito a gastar até R$ 296.183,52 no semestre. Ou seja, alguns chegaram perto do teto permitido por lei.

Cotão segue alvo de críticas

Criado para garantir que os deputados consigam manter estruturas de trabalho nos seus estados e em Brasília, o Cotão se tornou um dos dispositivos mais questionados da política nacional. Embora legal, o uso excessivo da verba levanta dúvidas sobre sua real necessidade e a eficácia da fiscalização.

Críticos apontam a frouxidão dos critérios, o uso de notas fiscais genéricas e a ausência de auditorias rigorosas. Casos de abuso incluem abastecimentos acima do razoável, contratos com empresas de fachada e gastos em autopromoção, principalmente em períodos eleitorais.

Enquanto o cidadão comum precisa prestar contas até dos centavos no Imposto de Renda, parlamentares usam milhares por mês com controle superficial, o que, para muitos, compromete a credibilidade do sistema democrático.

CPI dos buracos em debate na CMM

Na Câmara Municipal de Manaus, a discussão sobre uso de recursos e fiscalização também está em pauta. O vereador Gilmar Nascimento (Avante) criticou o pedido de instalação da CPI dos Buracos, alegando que a proposta não tem base legal sólida.

“A CPI precisa ser um inquérito dentro do parlamento, com fato determinado e fundamentação clara”, disse ele em entrevista. A discussão segue entre os vereadores, enquanto a população cobra respostas para a má conservação das vias da capital.

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