Brasília (DF) – A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta segunda-feira (4), uma operação contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação incluiu medidas cautelares, como o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica e a entrega de todos os passaportes do parlamentar.
A abordagem ocorreu no Aeroporto Internacional de Brasília, no momento em que o senador desembarcava de um voo vindo dos Estados Unidos. Ele permaneceu cerca de dez dias no exterior, apesar de uma ordem prévia do STF que determinava a entrega do passaporte, o que pode configurar descumprimento de medida judicial.
Além dos agentes da Polícia Federal, a operação contou com o apoio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap-DF). Ainda não foram divulgados detalhes sobre os motivos exatos da imposição das medidas, mas o caso segue em sigilo sob a relatoria de Moraes no Supremo.
Senador ignorou STF e viajou aos EUA com passaporte diplomático
No dia 7 de julho, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) confirmou ter viajado aos Estados Unidos, apesar de ter os passaportes bloqueados por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo nota da assessoria do parlamentar, a viagem foi realizada com um passaporte diplomático que, mesmo após determinação de apreensão pelo ministro Alexandre de Moraes, continuava em posse do senador.
O documento, válido até julho de 2027, teve seu visto renovado pela Embaixada dos EUA em 22 de julho deste ano, o que, segundo o senador, reforça a “legitimidade” de seu status diplomático. A Polícia Federal chegou a fazer buscas em endereços ligados a Marcos do Val, mas não encontrou o passaporte.
A apreensão do documento foi determinada no âmbito de uma investigação em que o parlamentar é suspeito de promover uma campanha para intimidar investigadores da PF. Em fevereiro deste ano, a Primeira Turma do STF confirmou a medida cautelar por unanimidade e também determinou o bloqueio de suas redes sociais.
Apesar de ter tido recentemente um pedido negado para viajar de férias aos Estados Unidos, Marcos do Val deixou o país, e ainda não está claro como conseguiu embarcar mesmo com uma ordem judicial em vigor.
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