Reprovação de Lula cai, mas permanece alta, aponta pesquisa Genial/Quaest

Reprovação de Lula cai, mas permanece alta, aponta pesquisa Genial/Quaest

Brasília (DF) – A nova pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (16) mostrou que a reprovação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou queda, mas ainda permanece em patamar elevado. Segundo o levantamento, 43% dos entrevistados desaprovam o governo, enquanto 51% aprovam, e 6% não souberam ou não responderam. Em abril, a desaprovação era de 47%, demonstrando redução de quatro pontos percentuais.

No entanto, a alta rejeição continua sendo um desafio para o Planalto, principalmente em meio às tensões geradas pelo aumento das tarifas de importação dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros e os embates com o Congresso Nacional.

A nova pesquisa Genial/Quaest aponta que 40% dos brasileiros avaliam o governo Lula de forma negativa, enquanto 28% consideram a gestão positiva e outros 28% avaliam como regular. Já 4% não souberam ou não responderam.

A pesquisa também revelou diferenças regionais e sociais no índice de aprovação do governo. Lula é mais bem avaliado no Nordeste, onde sua aprovação chega a 66%, enquanto no Sul o índice cai para 39%. Entre os eleitores que recebem Bolsa Família, a aprovação chega a 73%, contra 44% entre os que não recebem o benefício.

O levantamento ouviu 2.045 pessoas presencialmente em todo o país entre os dias 11 e 14 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais. Os dados indicam que, apesar da pequena recuperação na avaliação, o presidente Lula ainda enfrenta índices de desaprovação altos, que podem impactar sua capacidade de articulação política e aprovação de medidas prioritárias no Congresso nos próximos meses.

Recuperação positiva, mas lenta

Para o analista político Helso Ribeiro, mesmo que a melhora na avaliação de Lula tenha sido pequena, representa um alívio para um governo que vinha enfrentando quedas consecutivas nos índices de aprovação. “Para quem vinha tendo quedas, o fato de ter diminuído a desaprovação e aumentado a aprovação já é algo que qualquer pessoa no lugar do Lula gostaria. Ver uma recuperação, ainda que lenta, é positivo”, avaliou. Segundo ele, isso gera expectativa de como o governo agirá nos próximos passos para consolidar essa leve recuperação.

Helso também acredita que, politicamente, essa melhora tende a refletir na relação do Planalto com o Congresso Nacional. “Quando você está melhorando a sua situação, a tendência é que teu adversário te respeite mais. Tem uma grande parte, o Centrão e companhia limitada, que são surfistas, surfam sempre a boa onda. Então, se veem que está melhorando, tendem a ser mais simpáticos ao governo”, afirmou. Para ele, essa mudança de postura já é perceptível em declarações recentes dos presidentes da Câmara e do Senado em defesa de maior diálogo.

O analista avalia ainda que a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros acabou, de certa forma, sendo benéfica para Lula no cenário interno. “Ficou feio para a oposição mais radical. Até o governador Tarcísio mudou o discurso, passou a falar em diplomacia e diálogo, porque São Paulo é um dos estados que mais exporta para os EUA. Então acredito que esse comportamento do Trump foi um tiro no pé para a oposição”, concluiu.

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