Brasília (DF) – A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (19) a operação Kibali, para apurar suspeitas de peculato, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro em contratos firmados pelo antigo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), durante a gestão da ex-ministra e atual senadora Damares Alves (Republicanos).
Os contratos, que somavam R$ 3,8 milhões em emendas parlamentares, tinham como objetivo a formação profissional de mulheres e adolescentes em cursos de informática e design gráfico. A investigação apontou, no entanto, que não há comprovação da execução dos cursos previstos.
Segundo a PF, os recursos federais foram destinados ao Instituto de Desenvolvimento Social e Humano do Brasil (IDSH BRASIL), entidade ligada a um ex-assessor do ex-deputado federal Professor Joziel (Patriota), autor das emendas que viabilizaram os repasses.
Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências de investigados no Rio de Janeiro. Nenhuma autoridade com foro privilegiado é alvo da ação.
O trabalho foi conduzido em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), que identificou irregularidades na celebração dos termos de fomento e indícios de direcionamento nos contratos.
A PF destacou que o nome da operação — Kibali, referência a uma das maiores minas de ouro do mundo — faz alusão às emendas parlamentares, que teriam se transformado em “verdadeiras minas de ouro” para os envolvidos.
Em manifestações anteriores sobre o caso, Damares afirmou que encaminhou as suspeitas à CGU, reforçando que não é alvo da investigação.
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