Oposição interna do PT-AM alega irregularidades após votação unânime em sete municípios

Oposição interna do PT-AM alega irregularidades após votação unânime em sete municípios

Manaus (AM) – A eleição para a nova diretoria estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) do Amazonas levantou suspeitas de fraude após o deputado estadual Sinésio Campos (PT) ser reeleito presidente com 100% dos votos em cinco municípios. O pleito ocorreu no dia 6 de julho e Campos foi eleito no primeiro turno com 60,7% dos votos no total do estado.

Segundo a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, as denúncias apontam resultados atípicos em Guajará, Juruá, Maraã, Pauini e Tapauá, onde menos de 200 eleitores votaram e todos os votos foram para Sinésio, sem registros de brancos ou nulos. Em São Gabriel da Cachoeira e Manicoré, Campos obteve 99% dos votos, restando apenas um voto nulo em São Gabriel, e um branco e outro nulo em Manicoré.

Oposição interna questiona votação

De acordo com apuração do Portal Tucumã, fontes da oposição interna do PT afirmaram que o grupo “Resistência Socialista” apresentou recursos alegando indícios de irregularidades.

Dentre as inconsistências, haveriam caligrafias semelhantes nas assinaturas de eleitores em São Gabriel da Cachoeira. Em Alvarães, onde Campos teve 83% dos votos, ao menos duas pessoas falecidas constaram na lista de votantes.

Uma fonte de dentro do PT Amazonas criticou o desfecho do processo eleitoral e afirmou que houve influência direta da direção nacional na manutenção do resultado. “Só sei que a Nacional, com ajuda da Anne Moura, rejeitou todos os recursos que foram impetrados na Nacional contra as fraudes ocorridas no PED”, disse, referindo-se ao Processo de Eleição Direta que reconduziu Sinésio Campos à presidência do partido no estado.

Diretoria nacional defende resultado

Os recursos foram negados pela executiva estadual, controlada por Sinésio, e referendados pela direção nacional. Ao Portal Tucumã, Anne Moura, secretária nacional de mulheres do PT e figura central na organização do processo eleitoral, defendeu o resultado:

“Todos os municípios foram aprovados por unanimidade na executiva estadual, na qual fazem parte todas as tendências. A Nacional só referendou esta decisão. Simples assim. Quem quiser questionar tem o direito, mas nas instâncias e não na imprensa ou publicamente. Começando pelo próprio estado”, disse Anne Moura.

Anne Moura assumiu, em junho, a Secretaria Nacional de Mulheres do PT, cargo que ocupa há dois mandatos consecutivos. A Secretaria de Organização, que também integra, é responsável pela mobilização e condução das eleições internas do partido em todos os níveis.

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