Manicoré (AM) – A Prefeitura de Manicoré, sob a gestão de Lúcio Flávio (PSD) e a Câmara de Vereadores, comandada pelo vereador Yuri Reis (PSD) divulgaram uma nota pública em que se posicionam contra a operação da Polícia Federal (PF) que resultou na queima de balsas de garimpeiros ancoradas no porto da Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores. A ação ocorre no dia das celebrações da padroeira do município.
Segundo o texto oficial, o ato teria interrompido o feriado religioso e afetado famílias que dependem da atividade. “Essa ação ocorreu no dia em que nossa cidade celebra sua fé e devoção à padroeira, Nossa Senhora das Dores”, diz a nota de repúdio.
As autoridades municipais ainda afirmaram que a destruição das balsas representa um ataque ao sustento de trabalhadores locais. “Essa festividade foi interrompida por uma ação que gerou grande dor e desilusão, com as balsas, que representam a esperança e a moradia de muitas famílias, sendo destruídas”, afirmam.
A nota também critica os riscos à segurança causados pela operação federal. “As explosões decorrentes da queima das balsas criaram um sério risco de desbarrancamento, ameaçando a integridade física de quem reside nas proximidades do Porto da Matriz”, acrescenta.

No posicionamento, prefeitura e Câmara ainda pedem diálogo com os extrativistas minerais, termo usado para se referir aos garimpeiros ilegais. “Que possamos encontrar caminhos de diálogo e compreensão para que tais situações não se repitam, garantindo a paz e o respeito que todos merecem.”
A atividade do garimpo é proibida e tem causado danos ambientais graves na região amazônica. Ao adotar uma narrativa de solidariedade aos garimpeiros ilegais, a gestão municipal se coloca em confronto direto com a legislação federal e os órgãos de fiscalização.
Um mapeamento da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil) e do Instituto Conviva mostra que o garimpo é um perigo para os ribeirinhos e indígenas, causando contaminação de rios e da cadeia alimentar por mercúrio, desmatamento, sedimentação fluvial e violência nas áreas afetadas. A atividade ilegal tem piorado por formar alianças com o crime organizado ligado ao tráfico de drogas, de armas e de pessoas.
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