Brasil –A Justiça Eleitoral de Minas Gerais acolheu, nesta sexta-feira (25), a denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE-MG) contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e outros membros do Partido Liberal. Eles são acusados de propagar informações falsas nas redes sociais contra o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), durante as eleições municipais de 2024.
Além de Nikolas, também foram denunciados o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG), a deputada estadual Delegada Sheila (PL-MG) e a ex-candidata a vice-prefeita Cláudia Araújo Romualdo, presidente do PL-Mulher em Minas.
Segundo a denúncia, os acusados teriam manipulado trechos do livro “Cobiça”, de autoria de Fuad Noman, para associá-lo falsamente à promoção de conteúdo impróprio para crianças durante um evento cultural promovido pela prefeitura. A obra é uma ficção e inclui uma cena de violência sexual, que foi descontextualizada nos vídeos publicados pelos parlamentares.
“De forma leviana e injusta, conectou a obra de ficção a um evento real”, afirmou o Ministério Público sobre a conduta de Nikolas Ferreira, que chegou a classificar o livro como “pornográfico”.
Desrespeito à Justiça e risco de inelegibilidade
A denúncia também aponta que Nikolas descumpriu uma ordem judicial de remover os conteúdos das redes sociais e, em vez disso, repostou novos vídeos debochando da decisão judicial e repetindo as acusações contra Fuad Noman.
O juiz Marcos Antônio da Silva, da 29ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte, deu prazo de dez dias para que os denunciados apresentem suas defesas. Caso sejam condenados, os envolvidos poderão ser obrigados a pagar indenizações, perder os mandatos e ficar inelegíveis por até oito anos, conforme prevê a legislação eleitoral para abuso de poder e disseminação de fake news.
Contexto eleitoral e morte de Fuad Noman
Fuad Noman venceu a eleição para a Prefeitura de Belo Horizonte em 2024, derrotando Bruno Engler no segundo turno. Pouco depois, porém, faleceu em decorrência de um câncer. A denúncia do MPE aponta que a campanha de desinformação teve como objetivo prejudicar a imagem do então prefeito e favorecer o adversário direto.
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