Brasil – O Ministro da Defesa, José Múcio, expressou publicamente a preocupação do governo brasileiro de que a crise geopolítica entre Venezuela e Estados Unidos possa se estender até a fronteira norte do Brasil.
Em declarações na última sexta-feira (5), o ministro afirmou que as Forças Armadas já haviam enviado reforços para a região antes da recente escalada de tensões, como parte de operações previamente planejadas.

Múcio se reuniu com o presidente Lula (PT) e, em seguida, detalhou a postura do Brasil diante do conflito.
“Estamos preocupados, como eu disse, com a nossa fronteira, para que ela não sofra e não transforme a nossa fronteira numa trincheira. O Brasil é um país pacífico. Nós investimos em armas, nas nossas forças, para defender o nosso patrimônio. Não é de olho na terra de ninguém”, declarou.
O ministro explicou que o deslocamento de tropas está inserido no contexto da Operação Atlas, que visa reforçar a segurança e a assistência em áreas inóspitas da fronteira, inclusive em preparação para a COP30, que será realizada em Belém – PA, no fim deste ano.
Ele negou que a iniciativa tenha qualquer motivação beligerante ou de alinhamento com uma das partes.
“De repente, estourou esse problema. A pessoa [diz] ‘foi lá para ajudar a Venezuela’. [Não] foi lá para não ajudar ninguém”, ressaltou.
Crise é como “briga de vizinho”, diz Múcio

Ao classificar a crise entre Venezuela e EUA, Múcio usou uma analogia doméstica.
“Isso é como briga de vizinho. Eu não quero que eles mexam no meu muro. Eu não quero que eles tirem a fiação que acende a frente da minha casa, que não mexam na minha casa, torcemos para que passe. Evidentemente, eles devem ter os seus motivos”, comentou.
Nesta semana, o governo brasileiro assinou um documento em conjunto com a maioria das nações da América Latina e do Caribe manifestando preocupação com a presença militar dos Estados Unidos na costa da Venezuela.
Cenário de Tensão

O governo de Donald Trump tem deslocado navios de guerra e um submarino para o Caribe, alegando operações de combate às drogas e classificando o governo Maduro como um “cartel narcotraficante”.
Maduro rejeita veementemente as acusações, afirmando que os EUA utilizam o pretexto do narcotráfico para promover mudança violenta de regime no país, que possui as maiores reservas de petróleo do mundo.
Neste sábado (6), o presidente venezuelano apelou pela redução das tensões.
“O governo dos Estados Unidos deve abandonar seu plano de mudança violenta de regime na Venezuela e em toda a América Latina e o Caribe e respeitar a soberania, o direito à paz, à independência”. disse Nicolás Maduro.
Últimos Desdobramentos
A crise ganhou novos capítulos na última semana:
- Na última quinta-feira (4), o Departamento de Defesa dos EUA (Pentágono) acusou a Venezuela de realizar voos provocadores com aeronaves militares próximas a um navio norte-americano em águas internacionais.
- Em resposta, agências de notícias reportaram o envio de dez caças F-35 dos EUA para Porto Rico, oficialmente para operações antidrogas.
- Na última terça-feira (2), um vídeo divulgado por Donald Trump mostrou um ataque a um barco próximo à Venezuela que supostamente transportava drogas, resultando em 11 mortes. O governo venezuelano acusou os EUA de usar inteligência artificial para forjar as imagens.
Com informações da Agência Brasil*
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