Maduro convoca venezuelanos para “luta armada” em resposta à escalada militar dos EUA no Caribe

Maduro convoca venezuelanos para "luta armada" em resposta à escalada militar dos EUA no Caribe

Caracas (Venezuela) – Em um discurso de tom beligerante que marca uma escalada retórica sem precedentes, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, conclamou neste sábado (11) seus apoiadores e a nação a se prepararem para uma “luta armada” em defesa da soberania do país, em resposta ao aumento da presença militar dos Estados Unidos da América (EUA) no Caribe.

O apelo foi feito durante o encerramento do Congresso Plenário do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), em Caracas, e transmitido pela emissora estatal VTV.

(Foto: Reprodução)

Maduro afirmou que a conjuntura internacional, com a aproximação de navios e caças de guerra norte-americanos, obriga seu governo e sua base de apoio a se organizarem diante do risco de um confronto.

“O partido do governo popular e unificador das forças políticas e sociais do bloco histórico tem a obrigação de se preparar estruturalmente para partir para a luta armada com a nação venezuelana, se for necessário para defender esta terra, defender nosso povo, defender e afirmar nossa história de dignidade”, declarou.

O que está por trás da convocação?

(Foto: Reprodução)

Os Estados Unidos mobilizaram para perto da costa venezuelana oito navios de guerra com mísseis e um submarino de propulsão nuclear. Na semana passada, Washington também ordenou o envio de dez caças de ultima geração F-35 para uma base aérea em Porto Rico.

A justificativa formal para a operação, batizada de “Operação Contra-Drogas no Caribe Oriental”, é combater o narcotráfico internacional.

No entanto, o governo Trump acusa explicitamente Maduro de liderar o “Cartel de los Soles”, uma organização que classificou como terrorista e supostamente ligada ao tráfico de drogas.

Como parte dessa ofensiva, o Departamento de Estado ofereceu uma recompensa de US$ 15 milhões por informações que levem à captura de Maduro, valor que foi posteriormente elevado para US$ 50 milhões.

Na última quinta-feira (12), Maduro havia anunciado o “Plano Independência 200”, que prevê a mobilização da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), dos Corpos Combatentes e da Milícia Nacional em 284 frentes de batalha espalhadas por todo o território nacional, em uma medida que classificou como “preventiva”.

(Foto: Reprodução)

Em seu discurso, Maduro foi além da mobilização de forças regulares e propôs uma organização popular em escala nacional. Ele convocou as bases do chavismo para “jornadas de debate” durante o fim de semana para discutir as estratégias de preparação.

“Eu proponho a este congresso que… sábado e domingo declaremos o Partido Socialista Unido da Venezuela e todas as forças políticas e sociais da revolução em debate, em consulta com a base, sobre as linhas fundamentais que temos que definir de agora em diante”, disse.

Maduro detalhou sua visão de uma resistência generalizada, instando governadores e líderes comunitários a prepararem a população.

“Mais cedo ou mais tarde, nas próximas semanas, devemos estar prontos nessas 260.000 ruas [do país] para avançar para a luta armada sempre que for necessário”, concluiu.

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