Caracas (Venezuela) – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na última segunda-feira (8) que as comemorações de Natal no país serão oficialmente antecipadas para começar no próximo dia 1º de outubro. Esta é a segunda vez consecutiva que o governo adota a medida.
Em 2024, o Natal também foi decretado para começar em outubro.
O anúncio foi feito durante o programa semanal “Maduro+”, transmitido pela emissora estatal VTV, que nesta edição de número 90 iniciou com uma música natalina para ambientar o tema.
Em Busca da ‘Felicidade’

Em seu discurso, Maduro defendeu a decisão afirmando que os venezuelanos estão constantemente em busca de felicidade.
“Com alegria, comércio, atividade, cultura, canções natalinas, gaitas… É a maneira de defender a felicidade, o direito à felicidade, o direito à alegria. Ninguém e nada neste mundo tirará nosso direito à felicidade, à vida e à alegria.” declarou o presidente.
A declaração ocorre em um momento de elevada tensão geopolítica entre Venezuela e Estados Unidos da América (EUA). Segundo a agência Reuters, a Marinha Americana deslocou oito navios de guerra para áreas próximas ao território venezuelano, sete no Mar do Caribe e um no Oceano Pacífico.
O governo norte-americano justifica o movimento como parte de uma operação contra o narco-terrorismo.
Em resposta, Maduro acusou o presidente Donald Trump, a quem se referiu como candidato, de cobiçar os recursos naturais venezuelanos.
“Eles vêm pelo petróleo venezuelano, querem de graça, pelo gás. Temos a quarta maior reserva de gás do mundo e as principais reservas de ouro”, afirmou.
Histórico de antecipações

Esta não é a primeira vez que Maduro recorre à antecipação das festas de fim de ano. Além do ano passado, a medida foi adotada em 2020, durante o auge da pandemia de Covid-19, e também em 2013, logo no primeiro ano de seu governo após a morte de Hugo Chávez.
Analistas e especialistas em política venezuelana apontam que a estratégia é frequentemente utilizada como uma ferramenta de distração.
Em 2024, a antecipação do Natal coincidiu com uma onda de prisões de opositores políticos que contestavam os resultados das eleições presidenciais, que reconduziram Maduro ao poder.
Ao decretar um “Natal prolongado”, o governo busca estimular o comércio e a atividade econômica em um país que enfrenta uma crise econômica profunda, além de criar uma narrativa de normalidade e alegria em meio a cenários de pressão interna e externa.
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