Brasil – A relação entre Brasil e Estados Unidos foi colocada à prova após o presidente americano, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados ao país. A medida, que entra em vigor em 1º de agosto, foi comunicada por meio de uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e rapidamente se tornou o centro de uma disputa política e diplomática.
A reação de Lula foi imediata. O presidente brasileiro afirmou que a carta foi uma afronta à soberania nacional e deixou claro que o país não aceitará esse tipo de imposição. Segundo ele, se os Estados Unidos impuserem uma tarifa de 50%, o Brasil responderá com a mesma medida. “Aqui quem manda somos nós, os brasileiros. O que não pode é um presidente estrangeiro querer dar ordens ao nosso Judiciário”, disse.
Lula também rebateu os argumentos comerciais de Trump, destacando que o Brasil, na verdade, tem um déficit acumulado de mais de US$ 400 bilhões nas trocas com os EUA nos últimos 15 anos, entre bens e serviços. “Não é verdade que os Estados Unidos tenham prejuízo com o Brasil”, apontou o presidente. Além disso, lembrou que o comércio com os americanos representa apenas 1,7% do PIB brasileiro, número considerado gerenciável diante de possíveis sanções.
O presidente afirmou que o Itamaraty já vinha dialogando com o governo americano desde o anúncio de tarifas anteriores e que, agora, medidas diplomáticas mais firmes serão adotadas. Ele ainda destacou que, se a negociação fracassar, o governo recorrerá à lei da reciprocidade aprovada pelo Congresso Nacional.
Do lado da oposição, o tom foi outro. O deputado federal Nikolas Ferreira saiu em defesa de Trump e criticou duramente o governo Lula e o STF. Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar afirmou que o próprio conteúdo da carta deixa evidente quem é o responsável pela crise: “Basta ler. Trump foi claro ao dizer que a causa das tarifas são os ataques contra Bolsonaro e contra a liberdade de expressão”.
Nikolas também acusou o STF de prejudicar as relações com os EUA ao bloquear redes sociais como o Twitter e a Rumble, que possuem vínculos com a plataforma Truth Social, de propriedade do ex-presidente americano. Ele lembrou ainda de episódios envolvendo a presença de navios iranianos no Brasil, a exigência de visto para americanos e declarações do governo que, segundo ele, “atacaram aliados históricos dos EUA como Israel”.
O ex-presidente Jair Bolsonaro também se posicionou. Em nota publicada nas redes sociais, afirmou que recebeu a notícia com “senso de responsabilidade” e elogiou Trump por sua firmeza. Disse ainda que a “caça às bruxas” promovida contra ele não é apenas uma perseguição pessoal, mas um ataque à liberdade de milhões de brasileiros. Para Bolsonaro, o Brasil está em rota de isolamento internacional e as instituições precisam agir para “resgatar a normalidade”.
RESPEITA O BRASIL
Nas redes sociais, a população reagiu com a hashtag #RespeitaOBrasil, que ficou entre os assuntos mais comentados do país. A maioria das publicações apoiava a resposta do governo brasileiro e criticava o teor da carta americana, vista como uma intromissão nos assuntos internos do Brasil.
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