Líder política, inimiga de Maduro, recebe prêmio

Líder política, inimiga de Maduro, recebe prêmio

Mundo – A líder política venezuelana María Corina Machado foi anunciada nesta sexta-feira (10) como a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2025.

O Comitê Norueguês do Nobel homenageou-a por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia.

(Foto: Reprodução)

Em um comunicado publicado na rede social X, o comitê a descreveu como uma mulher que mantém acesa a chama da democracia, em meio a uma escuridão crescente e a classificou como um dos exemplos extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos.

O presidente do comitê, Jørgen Watne Frydnes, destacou que ela tem sido uma figura unificadora fundamental em um cenário político antes fragmentado.

(Foto: Reprodução)

Em sua reação ao anúncio, também via X, Corina afirmou que o prêmio é um impulso para a liberdade do país. Ela dedicou a honraria ao povo sofredor, e de forma surpreendente ao presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump.

“Este imenso reconhecimento da luta de todos os venezuelanos é um impulso para completar nossa tarefa: alcançar a liberdade. Estamos no limiar da vitória, e hoje, mais do que nunca, contamos com o presidente Trump, o povo dos EUA, os povos da América Latina e as nações democráticas do mundo como nossos principais aliados para alcançar a liberdade e a democracia. Dedico este prêmio ao povo sofredor da Venezuela e ao presidente Trump por seu apoio decisivo à nossa causa!”, escreveu.

Uma trajetória de duas décadas

(Foto: Reprodução)

A carreira política de Corina, de 58 anos, começou há 22 anos à frente da organização Súmate, dedicada à transparência eleitoral. Seu papel foi crucial na coleta de mais de quatro milhões de assinaturas para um referendo revogatório contra o então presidente Hugo Chávez em 2004.

Conhecida por suas posições firmes, ela se tornou uma das principais vozes de oposição ao chavismo.

Um de seus momentos mais emblemáticos foi em 2012, quando, como deputada, interrompeu o discurso anual de Hugo Chávez na Assembleia Nacional para declarar: “Expropriar é roubar”.

Após anos defendendo a abstenção eleitoral por considerar inexistentes condições justas, Machado ressurgiu como a nova face unificada da oposição em 2023, vencendo as primárias da Plataforma Democrática Unitária com 93% dos votos.

No entanto, foi subsequentemente impedida pelo regime de Maduro de concorrer a qualquer cargo eletivo por 15 anos, o que a levou a apoiar o candidato Edmundo González Urrutia nas eleições de 2024.

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