Manaus (AM) – Anunciada nesta quarta-feira (25), a nova federação partidária formada pelo Solidariedade e o Partido da Renovação Democrática (PRD) já começa com uma bancada de dez deputados federais — cinco de cada legenda — e a promessa de atuar de forma unificada no Congresso Nacional pelos próximos quatro anos. No entanto, a federação estreia com um vazio importante: não conta com nenhum parlamentar eleito pelo Amazonas, nem na Câmara dos Deputados nem na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
No Amazonas, o PRD possui apenas dois representantes políticos: os vereadores Thaysa Lippy e Sérgio Baré, ambos atuando na Câmara Municipal de Manaus. O Solidariedade, por sua vez, não tem nenhum vereador, deputado estadual ou federal atualmente eleito no estado.
A ausência de representantes amazonenses evidencia a fragilidade das duas siglas na região Norte, especialmente num momento em que os partidos apostam na federação como estratégia para aumentar relevância política e acesso ao fundo partidário. A nova federação será a quarta em funcionamento no país, ao lado de PT-PCdoB-PV, PSOL-Rede e PSDB-Cidadania.
Durante o lançamento oficial da aliança, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), destacou que a nova federação nasce com a responsabilidade de contribuir com o debate nacional de forma “racional e sensata”, já mirando as eleições municipais de 2026. Já o líder do Solidariedade, deputado Aureo Ribeiro (RJ), afirmou que os dez deputados federais da nova federação vão “ouvir a população” e ampliar a presença dos dois partidos nos estados.
A missão, no entanto, parece distante do Amazonas. Com base frágil e pouca visibilidade regional, a federação terá que construir do zero qualquer possibilidade de crescimento no estado, onde não elegeu sequer um deputado estadual.
Federação funciona como um só partido
Criadas pela Reforma Eleitoral de 2021, as federações partidárias permitem que dois ou mais partidos atuem como uma única agremiação em todo o país. A regra está prevista na Lei nº 14.208/2021 e busca estimular alianças duradouras, funcionando como um teste para uma possível fusão futura.
As federações valem tanto para eleições majoritárias quanto proporcionais e precisam durar, no mínimo, quatro anos. Durante esse período, os partidos integrantes devem manter atuação conjunta no Congresso, nas eleições e no uso do fundo partidário.
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