Mundo – A decisão do governo norte-americano, liderado por Donald Trump, de impor uma taxa de 50% ao Brasil sobre produtos exportados para os Estados Unidos reacendeu tensões geopolíticas e expôs uma complexa rede de interesses que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, o STF e os Brics.
Apesar das claras motivações econômicas da medida, há muito mais por trás de todo o “jogo de tronos” entre os governantes:
As motivações políticas da taxa de 50%
A taxa de 50% EUA-Brasil, anunciada em carta enviada ao presidente Lula, foi justificada por Trump como uma resposta a supostos “ataques às eleições livres” e à censura imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a plataformas de mídia social americanas.
No entanto, analistas apontam que a medida está diretamente ligada à defesa pública de Trump a Bolsonaro, que enfrenta um julgamento no STF por acusações de tentativa de golpe de Estado.
Trump classificou o processo contra Bolsonaro como uma “caça às bruxas” e afirmou que o ex-presidente “não é culpado de nada”.
Essa postura reforça a aliança entre a direita brasileira e setores conservadores dos EUA, que já vinha sendo articulada desde janeiro, quando Eduardo Bolsonaro viajou aos Estados Unidos para se reunir com parlamentares americanos.
Brics e a estratégia de pressão econômica de Trump
A taxa de 50% também surge em um momento delicado para as relações internacionais. Durante a cúpula dos Brics no Rio de Janeiro, Trump ampliou suas críticas ao bloco, ameaçando taxar em 10% todos os países membros ou aliados que adotassem políticas “anti-americanas”.
O Brasil, como um dos líderes do grupo, tornou-se alvo direto dessa estratégia.
A medida pode ser interpretada como uma tentativa de enfraquecer a influência dos Brics e forçar o Brasil a se realinhar com os interesses norte-americanos.
Além disso, a taxa de 50% serve como um instrumento de pressão para que o governo Lula recue em decisões judiciais contra Bolsonaro e em políticas consideradas hostis pelos EUA, como as regulações do STF sobre redes sociais.
Como isso afeta o bolso do brasileiro?
A taxa de 50% ao Brasil deve afetar diretamente setores como agropecuária, indústria e comércio, aumentando os custos para exportadores brasileiros e reduzindo a competitividade no mercado americano.
Trump ainda deixou claro que a medida pode ser ajustada “para cima ou para baixo” dependendo da postura do Brasil em relação às demandas dos EUA.
Enquanto isso, o governo brasileiro terá que lidar não apenas com as repercussões econômicas, mas também com a polarização política acentuada pela intervenção de Trump no cenário doméstico. A defesa aberta de Bolsonaro pelo presidente americano alimenta o discurso da oposição e coloca o STF sob pressão internacional.
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