Brasil – Nesta sexta-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu uma entrevista à Band News em que expressou constrangimento por estar utilizando uma tornozeleira eletrônica, medida determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado.
“Qual risco ofereço à sociedade?”
Bolsonaro questionou a necessidade do dispositivo: “Eu tenho vergonha de usar tornozeleira. Qual risco ofereço à sociedade? Qual o risco ofereço de fuga?”.
O ex-presidente, que completou 70 anos em março, afirmou não temer uma eventual prisão: “Estou com 70 anos, não tenho preocupação, não tenho medo de nada. Agora, é uma injustiça, uma covardia me prender. Nada fiz de errado.”
A instalação do equipamento foi realizada na manhã desta sexta na sede da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape), conforme informou o órgão. A Seape destacou que o procedimento seguiu os protocolos legais e administrativos do sistema penitenciário local.
Monitoramento de Bolsonaro
O acompanhamento de Bolsonaro será feito pelo Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime), que rastreia em tempo real os deslocamentos autorizados.
A tornozeleira pesa 156 gramas e possui uma bateria recarregável com autonomia de aproximadamente 24 horas.
Além da medida eletrônica, Moraes proibiu o ex-presidente de acessar redes sociais e de manter contato com outros investigados, incluindo seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente está nos Estados Unidos.
Operação da Polícia Federal
Também nesta sexta, a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Bolsonaro, como parte das investigações sobre o suposto plano de golpe de Estado.
As diligências reforçam o cenário de tensão entre o ex-presidente e o STF, que já resultou em outras medidas restritivas contra ele e aliados.
O inquérito no STF apura supostas ações de Bolsonaro e seu círculo para deslegitimar as eleições de 2022 e articular um golpe após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O uso da tornozeleira eletrônica, normalmente aplicada a investigados considerados de “alto risco”, marca mais um capítulo no embate jurídico-político que envolve o ex-presidente.
Bolsonaro segue negando as acusações e classificando as medidas como perseguição política. Enquanto isso, a Justiça mantém as restrições, alegando necessidade de garantir a ordem e a investigação.
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