Brasília (DF) – O presidente Lula (PT) conversou na manhã desta quarta-feira (20) com o presidente da França, Emmanuel Macron. O telefonema, que durou quase uma hora, tratou de temas globais e bilaterais, com destaque para comércio internacional, clima, paz e cooperação entre os dois países.
Um dos pontos centrais da conversa foi o impacto de tarifas comerciais sobre produtos brasileiros. Lula relatou as medidas que seu governo tem adotado para proteger trabalhadores e empresas e destacou que o Brasil recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as barreiras impostas pelos Estados Unidos.
“Repudiei o uso político de tarifas comerciais contra o Brasil e relatei as medidas que o nosso governo adotou para proteger os trabalhadores e as empresas brasileiras”, afirmou Lula em publicação nas redes sociais.
O presidente brasileiro também ressaltou a agenda de novos acordos comerciais, mencionando o Mercosul-EFTA e as negociações em andamento com Japão, Vietnã e Indonésia. No diálogo com Macron, os dois mandatários assumiram o compromisso de ultimar tratativas para a assinatura do Acordo Mercosul-União Europeia ainda neste semestre, durante a presidência brasileira do bloco.
“Nos comprometemos a ultimar o diálogo com vistas à assinatura do Acordo Mercosul-União Europeia ainda neste semestre”, disse Lula.
Outro ponto relevante foi o reforço à defesa do multilateralismo e do comércio baseado em regras internacionais. Lula afirmou que o tema estará no centro da Cúpula Virtual do BRICS, marcada para setembro. Ele também alertou para o aumento dos gastos militares em meio à fome global: “Demonstrei preocupação com o aumento dos gastos militares no mundo, enquanto cerca de 700 milhões de pessoas ainda passam fome”, disse.
A agenda climática também foi discutida. Lula disse a Macron que a COP-30, em Belém, será a “COP da verdade” e destacou que o Brasil apresentou metas mais ambiciosas de redução de emissões. Macron confirmou presença na conferência e reiterou apoio à sua realização no Brasil.
No campo da política internacional, Lula e Macron trocaram impressões sobre a guerra na Ucrânia. O francês elogiou a atuação do Grupo de Amigos da Paz, liderado por Brasil e China, e ambos concordaram em manter diálogo constante sobre o tema.
Por fim, os líderes reforçaram a cooperação bilateral, especialmente na área de defesa.
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