Em discurso na ONU, Lula defende democracia e lamenta situação na Palestina

Em discurso na ONU, Lula defende democracia e lamenta situação na Palestina

Nova York (EUA) – Em um discurso marcado pela defesa da soberania nacional e pela crítica velada aos Estados Unidos da América (EUA), o presidente Lula (PT)abriu, nesta terça-feira (23), o debate geral da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

O presidente usou a tribuna global para enviar um recado claro sobre a recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes contra o Estado Democrático de Direito. Sem cita-lo nominalmente, ele afirmou que o Brasil deu uma lição ao mundo.

(Foto: Agência Brasil)

“Há poucos dias, e pela primeira vez em 525 anos de nossa história, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito. Foi investigado, indiciado, julgado e responsabilizado pelos seus atos em um processo minucioso. Teve amplo direito de defesa, prerrogativa que as ditaduras negam a suas vítimas.” declarou.

O presidente enfatizou que a resposta institucional do Brasil serve de alerta.

“Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam. Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis.” finalizou.

Crítica às sanções americanas

As palavras de Lula foram ditas diretamente as ações recentes do governo Trump, que, na véspera, impôs novas sanções a cidadãos brasileiros em retaliação aos processos contra Bolsonaro.

As medidas incluíram a revogação do visto do advogador-geral da União, Jorge Messias, e a aplicação de sanções financeiras contra Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes.

“Mesmo sob ataque sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia. Não há justificativas para as medidas unilaterais e arbitrárias contra as nossas instituições e nossa economia. Agressão contra a independência do poder Judiciário é inaceitável. Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema-direita subserviente.” disse.

Situação na Palestina

Além disso, o presidente também lamentou a ausência da delegação palestina, barrada pelos EUA, e condenou veementemente a situação em Gaza.

“Os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas são indefensáveis sob qualquer ângulo, mas nada, absolutamente nada justifica o genocídio em curso em Gaza”. finalizou.

A abertura da Assembleia Geral pela tradição brasileira colocou Lula como o primeiro orador, seguido imediatamente por Donald Trump.

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