Brasil – No auge da tensão diplomática provocada pela nova tarifa de 50% imposta por Donald Trump às exportações brasileiras, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) publicou um vídeo nas redes sociais neste domingo (13) pedindo que o ex-presidente norte-americano aplique sanções contra autoridades brasileiras, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
No vídeo, gravado em inglês, Eduardo solicita que Trump e o secretário de Estado Marco Rubio ativem a Lei Magnitsky, criada nos EUA para punir estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos. Segundo ele, membros do governo Lula e do Supremo “perseguem” sua família e tentam impedir que a oposição participe das eleições de 2026.
“Quase toda a minha família está sendo julgada injustamente”, disse Eduardo. Ele afirma que o Brasil vive um regime semelhante ao da Venezuela e acusa o PT de querer controlar o processo eleitoral, impedindo a candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje inelegível até 2030 e réu por tentativa de golpe.
Acusações contra o governo brasileiro
Num tom conspiratório, Eduardo ainda insinuou ligações entre o governo brasileiro e grupos extremistas do Oriente Médio, ao criticar a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin na posse do presidente do Irã. “Ele estava ao lado de líderes do Hamas, Hezbollah, Jihad Islâmica…”, afirmou, exibindo uma notícia como suposta prova.
No final da gravação, Eduardo apela diretamente a Trump: “Essas pessoas não são políticos comuns, são criminosos. Apliquem a Lei Magnitsky. Façam isso para salvar a democracia”.
Reações no Brasil e provocação de Lula
A ofensiva internacional do filho de Bolsonaro ocorre em paralelo à crise comercial gerada pelo tarifaço anunciado por Trump, medida que afeta diretamente o agronegócio e setores industriais brasileiros. Lula, por sua vez, ironizou a situação durante um evento no Espírito Santo, imitando Eduardo e dizendo: “A coisa mandou o filho ir implorar: ‘Trump, pelo amor de Deus, solta meu pai’”.
O presidente reforçou que o Brasil é soberano e não aceitará pressões externas. Em resposta às tarifas, o governo prepara medidas de retaliação, discutidas este domingo (13) com o vice-presidente Geraldo Alckmin, em Brasília.
A Lei Magnitsky e a estratégia bolsonarista
A Lei Magnitsky, citada por Eduardo, permite aos EUA bloquear bens, congelar contas e cancelar vistos de estrangeiros considerados envolvidos em corrupção ou violações de direitos humanos. No entanto, sua aplicação depende de aprovação do Congresso norte-americano, atualmente dominado por republicanos alinhados a Trump.
Eduardo Bolsonaro está nos EUA desde março, licenciado da Câmara dos Deputados, e vem atuando como articulador informal da família Bolsonaro junto à ala trumpista. Sua atuação, entretanto, tem sido duramente criticada no Brasil por ser vista como uma tentativa de internacionalizar disputas judiciais internas.
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