Base de David Almeida impede avanço da CPI do Asfalta Manaus na CMM

Base de David Almeida impede avanço da CPI do Asfalta Manaus na CMM

Manaus (AM) – O requerimento, que pedia a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades no programa “Asfalta Manaus”, ainda não recebeu o número mínimo de assinaturas necessárias para ser protocolado na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Sem o apoio dos colegas de plenário, a proposta, por enquanto, não terá andamento.

Segundo o documento, ao qual o Portal Tucumã teve acesso, a CPI buscaria apurar a execução dos contratos, a qualidade do asfalto utilizado e a transparência nos investimentos feitos pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), atualmente comandada pelo vice-prefeito Renato Júnior (Avante). Para ser instalada, a comissão precisaria de pelo menos 14 assinaturas de vereadores, número que não foi alcançado.

Rodrigo Guedes (Podemos), autor do requerimento, criticou a falta de adesão dos colegas e apontou que há uma blindagem em torno do prefeito David Almeida (Avante). “É lamentável que os vereadores se recusem até a assinar o requerimento para investigar. O que estamos pedindo não é nada além do nosso dever: fiscalizar o dinheiro público. A cidade está cheia de buracos, a população reclama diariamente, e mesmo assim a Câmara fecha os olhos”, declarou o parlamentar.

O documento do requerimento circulou nas comissões, mas não avançou. Prints do pedido de CPI, que mostram a ausência de assinaturas, reforçam a falta de adesão à proposta.

Asfalto bilionário

O requerimento apresentado por Rodrigo Guedes detalha uma série de pontos que reforçam a necessidade de investigação. Entre eles, estão a análise da execução orçamentária do programa “Asfalta Manaus”, que consumiu mais de R$ 1,5 bilhão entre 2022 e 2025, e a verificação de ruas listadas como asfaltadas, mas que continuam esburacadas e em condições precárias.

O documento também questiona a responsabilidade direta do prefeito David Almeida na condução do programa, apontando possíveis falhas de fiscalização, negligência e até favorecimento político na escolha de empresas e regiões beneficiadas. Entre os contratos citados, estão os R$ 144 milhões firmados em apenas três dias, entre 14 e 16 de maio de 2025, além de denúncias de má qualidade do material utilizado e de supostos vínculos suspeitos entre empresas contratadas e familiares do prefeito.

Outro ponto levantado é o impacto social e econômico da má execução das obras, que vai desde o prejuízo à mobilidade urbana até acidentes graves, como a morte da gestante Thainara Andrade da Silva, em junho de 2025. Para Guedes, a CPI seria fundamental para apurar não apenas a responsabilidade administrativa e financeira, mas também o descaso da gestão municipal com a vida e a segurança da população.

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