Manaus (AM) – A prisão do vereador Rosinaldo Bual (Agir) nesta sexta-feira (3) representa o ápice de uma série de eventos turbulentos na carreira do parlamentar, que vão desde o assalto à sua própria casa por seu afilhado até a atual acusação de comandar uma organização criminosa dentro da Câmara Municipal de Manaus (CMM).
A operação do Gaeco que prendeu Bual e dois assessores revela uma faceta completamente diferente do homem que, há apenas seis meses, aparecia como vítima em um dos casos mais emblemáticos da política amazonense.
Vereador foi traído pelo próprio afilhado
Em abril deste ano, a residência do vereador foi alvo de um arrombamento que resultou no roubo de R$ 130 mil em dinheiro e quatro armas de fogo. O caso ganhou contornos de novela policial quando as investigações revelaram que entre os autores estava Gabriel Ferreira, afilhado de Bual e filho da própria chefe de gabinete do parlamentar.
Nas redes sociais, Bual chegara a publicar fotos ao lado do afilhado, exaltando suas qualidades. Já o outro envolvido, Vitor dos Santos, era pajé oficial do Boi Garanhão, agremiação tradicional de Parintins. Todos os acusados confessaram o crime e o dinheiro foi recuperado, mas as armas jamais foram localizadas.
A queda: de vítima a investigado
Se em abril Bual aparecia como vítima, a operação desta sexta-feira coloca o vereador como principal alvo do Ministério Público. As acusações são graves: associação com o tráfico de drogas e prática de rachadinha, esquema em que funcionários devolviam parte de seus salários ao parlamentar.
Nascido em Manacapuru e com passagem pelo Exército Brasileiro, onde atingiu a patente de sargento, Bual construiu uma carreira política desde 2016, quando foi eleito vereador pela primeira vez. Com três mandatos consecutivos, ele preparava sua candidatura a deputado estadual para 2026.
A prisão não apenas interrompe esses planos, mas coloca em xeque toda uma trajetória que parecia consolidada. A Câmara Municipal de Manaus, que já viveu diversos escândalos ao longo dos anos, vê mais um de seus membros ser alvo de operação contra o crime organizado.
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