Manaus (AM) – Em um pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) nesta terça-feira (16), a deputada estadual Alessandra Campelo (Podemos) anunciou que a Procuradoria da Mulher da Casa irá solicitar a prisão do jornalista Alex Braga Mendes.
O pedido se baseia na suspeita de que ele apresentou um atestado médico falso para justificar sua ausência em audiências do processo em que responde por acusações de abuso e coação para aborto, o que configura obstrução de justiça.
“Esse homem seria um estelionatário, além de responder por crimes graves. Dentro de um processo, apresentar um atestado falso com o objetivo de paralisar o andamento é obstrução de Justiça. A Procuradoria da Mulher vai pedir hoje a prisão desse indivíduo”, declarou Campelo em sessão plenária.
A Procuradoria da Mulher da Aleam atua como assistente de acusação ao lado do Ministério Público do Amazonas (MPAM) no caso.
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Saiba das Acusações do Jornalista
Braga é acusado de crimes graves:
- Abusar sexualmente da prima de sua ex-esposa em março de 2023, na residência do casal em Manaus, e posteriormente coagir a vítima, que engravidou resultante do crime, a realizar um aborto com uso de medicamentos como o Cytotec, sob ameaça de violência.
- Após ser preso em flagrante em 2024, Braga fugiu antes de uma ordem de busca e apreensão em outubro do mesmo ano, encontrando-se atualmente foragido.
Atestado Fraudulento
O núcleo do novo pedido de prisão é um atestado médico de COVID-19 que o jornalista teria apresentado ao juízo para tentar adiar audiências. A investigação, realizada pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), e conduzida pela delegada Deborah Barreiros, desmontou a autenticidade do documento.
Logo, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) emitiu ofício informando que o médico citado no atestado, identificado como Marcelo Francisco Tiburi, não atende na unidade de saúde do bairro Jorge Teixeira, na zona leste da cidade, mencionada no documento, não estava lotado lá na data do suposto atendimento e que o carimbo, assinatura e papel timbrado utilizados não são legítimos.
Em depoimento à Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PC-RS), onde reside o próprio médico, ele afirmou que nunca trabalhou no Amazonas, não possui registro ativo no Conselho Regional de Medicina do estado (CRM-AM) e não conhecer Alex Braga.
Ele ainda destacou que só emite laudos médicos com exames anexados, o que não era o caso do documento apresentado.
A Polícia já instaurou um novo processo criminal contra Braga pelos crimes de uso de documento falso (art. 298 do CP), com pena prevista de 1 a 5 anos de reclusão, e fraude processual (art. 347 do CP), com pena de 3 meses a 2 anos de detenção, além de multa.
Defesa das Servidoras da Aleam e Ameaças nas Redes
Além da questão judicial, o pronunciamento de Alessandra foi uma reação direta a uma publicação recente do jornalista nas redes sociais, onde ele teria ofendido servidoras da Aleam, chamando-as de “safadas”.
“Quero informar que estou entrando com uma ação agora para que essa publicação seja imediatamente retirada do ar. Mesmo que ele retire, vamos processá-lo civil e criminalmente. Chega desse bandido que fica xingando mulheres nas redes sociais. Ele vai responder”, afirmou Campelo.
A deputada ainda enviou um recado direto aos apoiadores de Braga
“Para quem apoia esse covarde: que ele não apareça aqui na Assembleia; ele só aparece escondido para gravar vídeos. Muitas mulheres querem se unir para buscar justiça pelas ofensas”. finalizou.
O anúncio foi recebido com apoio de outras parlamentares, que manifestaram solidariedade às servidoras e repúdio às ofensas.
Até o momento, Alex Braga não se manifestou publicamente sobre as declarações da deputada ou sobre as novas acusações de fraude. O Portal Tucumã solicitou nota da PC-AM sobre a denúncia, e até o momento não obteve-se retorno.
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