Cañar (Equador) – O presidente do Equador, Daniel Noboa, foi alvo de um atentado classificado como “tentativa de assassinato” pelo seu governo nesta terça-feira (7).
O ataque ocorreu quando seu carro oficial foi cercado e atacado por uma multidão de aproximadamente 500 pessoas na província de Cañar, na região central do país. De acordo com a ministra da Energia, Inés María Manzano, Noboa não se feriu.
Veja vídeo
Os detalhes do ataque
O atentado aconteceu enquanto a comitiva presidencial se deslocava para um evento oficia, onde Noboa inauguraria uma estação de tratamento de água.
Vídeos divulgados mostram o momento do ataque, com pessoas gritando “abaixe a cabeça” dentro do veículo enquanto pedras e outros objetos se chocam contra as janelas.
A ministra Manzano afirmou que, além das pedradas, foram encontradas marcas de tiro no carro presidencial.

Em comunicado oficial na rede social X, a Presidência do Equador afirmou
“Os desestabilizadores não conseguiram deter o Governo Nacional. Tentaram impedir à força a execução de um projeto que visava melhorar a vida de uma comunidade”.
Resposta do governo

A ministra Manzano formalizou uma denúncia por tentativa de homicídio. Cinco pessoas foram detidas no local e, segundo o governo, serão processadas pelos crimes de terrorismo, que podem levar a penas de até 30 anos de prisão.
“Estamos fazendo o que devemos fazer, e eles não podem nos impedir: chegar a todos os cantos do país. Todos os presos serão processados”, declarou a Presidência.
Apesar do ataque, a agenda oficial do presidente foi mantida. No mesmo dia, ele participou de um ato público na cidade de Cuenca, onde declarou:
“Esses ataques não são aceitos no novo Equador. A lei se aplica a todos. Não permitiremos que alguns vândalos nos impeçam de trabalhar para vocês“.
Contexto de crise

O atentado ocorre em meio a uma grave crise social e política no Equador. Desde 22 de setembro, a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) lidera uma série de protestos e bloqueios de estradas contra o fim do subsídio ao diesel, que fez o preço do combustível saltar de US$ 1,80 para US$ 2,80 por galão.
Os protestos, que completam 16 dias, já resultaram em um manifestante indígena morto, aproximadamente 150 feridos e 100 detidos.
Em resposta, o governo decretou estado de exceção por 60 dias em dez das 24 províncias do país.
A Conaie negou envolvimento direto no ataque ao presidente e acusou o governo de reprimir violentamente manifestações pacíficas. O governo, por sua vez, alega que há “infiltrados” de grupos criminosos, como o ‘Tren de Aragua’, entre os manifestantes.
Quem é Daniel Noboa

Daniel Noboa, de 35 anos, assumiu a presidência em 2023 e foi reeleito este ano, para governar o país até 2029. Tornou-se a pessoa mais jovem a ocupar o cargo no Equador.
Herdeiro de um império bananeiro, ele construiu uma imagem de homem disciplinado e adepto de um estilo de vida fitness.
Seu governo é marcado por uma ofensiva contra o narcotráfico, com envio de militares às ruas e prisões, medida que o comparou a Nayib Bukele, de El Salvador.
No entanto, também é criticado por organizações de direitos humanos por supostos abusos durante os estados de exceção.
Esta é a segunda tentativa de assassinato conhecida contra Noboa. Em abril deste ano, as autoridades relataram ter desmantelado um plano de ataque supostamente articulado por organizações criminosas.
Com informações da AFP*














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