Brasil – O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi oficialmente tornado réu pela Justiça do Distrito Federal por suspeita de envolvimento em esquema de manipulação de resultados ligados a apostas esportivas. A denúncia foi aceita nesta sexta-feira (25) pela 7ª Vara Criminal de Brasília, após investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
O jogador agora responde pelos crimes de fraude esportiva, estelionato consumado e tentativa de estelionato, com penas que somadas podem chegar a 17 anos de prisão.
Cartão amarelo sob suspeita
O caso tem como base um lance ocorrido na partida entre Flamengo e Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023. Segundo o Ministério Público, Bruno Henrique teria forçado propositalmente um cartão amarelo durante o jogo, já nos minutos finais, para beneficiar um grupo de apostadores que já sabia da intenção.
O suposto esquema teria sido articulado entre o jogador e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, que também virou réu. Ele teria repassado a informação a familiares e amigos ligados a casas de apostas. A denúncia aponta que o volume de apostas direcionadas ao cartão amarelo para Bruno Henrique foi atipicamente elevado, chegando a representar 98% das apostas na plataforma Betano e porcentagens semelhantes em outras casas.
“No dia aprazado, 01/11/2023, durante a partida entre Flamengo e Santos, Bruno Henrique realmente cumpriu com a palavra dada a Wander e forçou um cartão amarelo”, detalhou o MPDFT.
Logo após o cartão, o jogador ainda foi expulso por xingar o árbitro. As apostas foram feitas por contas recém-criadas ou com comportamento suspeito, o que reforçou a tese de ação coordenada.
Defesa contesta e chama denúncia de oportunista
A defesa de Bruno Henrique afirmou, em nota enviada ao Metrópoles, que a denúncia é “insubsistente e oportunista”, destacando que a acusação surgiu no mesmo dia da divulgação da lista de jogadores para o Super Mundial de Clubes da FIFA, da qual o atleta faz parte.
“As indevidas acusações formuladas serão técnica e imediatamente refutadas no processo”, diz o comunicado.
Apenas dois viram réus
Embora a investigação da Polícia Federal tenha apontado envolvimento de outras nove pessoas, a Justiça aceitou a denúncia apenas contra Bruno Henrique e seu irmão. Os demais foram excluídos nesta etapa.
O caso é mais um episódio que liga o futebol brasileiro ao escândalo das apostas ilegais e reacende o debate sobre integridade no esporte profissional em meio à crescente influência do setor de bets nas competições nacionais.
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