Quando se fala em memórias afetivas ligadas à comida, é comum lembrar dos tradicionais almoços de domingo com uma mesa farta, massa caprichada e aquele molho de tomate preparado em casa. Com o tempo, especialmente após a Revolução Industrial, a entrada das mulheres no mercado de trabalho e a busca crescente por praticidade, a cozinha também passou a contar com soluções mais rápidas. O tomate, muitas vezes chamado de legume, embora seja tecnicamente um fruto, acabou ganhando diversas versões industrializadas.
Hoje, ao visitar qualquer supermercado, é fácil encontrar diferentes produtos feitos à base de tomate: como o molho pronto, o extrato, a polpa e a passata. Ainda que todos venham do mesmo ingrediente, cada um possui características próprias e funções distintas na culinária. Conhecer essas diferenças pode impactar diretamente o resultado final das receitas, tanto em sabor quanto em textura.
Para esclarecer esse assunto, a nutricionista Maira Viviani, da Água Doce Sabores do Brasil, explica como cada versão se comporta na cozinha, levando em conta sua consistência, intensidade de sabor e melhor forma de uso.
Molho, extrato, polpa ou passata de tomate?
Molho de Tomate
O molho pronto é prático e versátil. Já vem cozido e geralmente temperado, pronto para uso imediato. Pode incluir ingredientes como alho, cebola, açúcar, sal, ervas, óleo e até espessantes. Por isso, é ideal para quem busca agilidade na rotina. Sua consistência é mais líquida e o sabor tende a ser suave. Combina bem com preparos rápidos, como massas simples, recheios de lasanha, pizzas e almôndegas.
Extrato de Tomate
Entre todas as versões, o extrato é o mais concentrado. Ele passa por cozimento prolongado e perde boa parte da água, resultando, portanto, em uma pasta espessa, escura e de sabor intenso. Normalmente leva apenas tomate e sal na composição. Ele dá cor, profundidade e intensidade a molhos mais robustos, como os de carnes, feijão ou estrogonofe. Por ser forte, recomenda-se diluir o extrato antes de incorporá-lo às receitas.
Polpa de Tomate
A polpa é uma opção intermediária, mais densa que o molho, mas menos concentrada que o extrato. Trata-se do tomate cozido e peneirado, com leve redução, apresentando uma textura cremosa e um sabor mais equilibrado. Em geral, vem sem temperos, permitindo personalização durante o preparo. Funciona bem em pratos como risotos, moquecas, molhos para carnes ou recheios.
Passata de Tomate
A passata é feita com tomates sem pele e sementes, crus ou apenas levemente cozidos, triturados até se tornarem um purê liso. É a versão mais próxima do sabor natural do tomate e não costuma conter sal ou temperos. Inclusive, sua textura é fluida e uniforme, ideal para quem prefere trabalhar com insumos puros. Bastante usada por chefs em receitas artesanais, como molhos italianos tradicionais, sopas e bases que exigem controle total do tempero.
Segundo Maira, escolher entre as diferentes versões de tomate vai além da questão técnica, pois esse detalhe pode impactar diretamente o sabor da refeição. Por fim, ela orienta que, ao ir ao mercado, você deve observar atentamente os rótulos e escolher o tipo mais adequado para o preparo.
Foto Destaque: Canva
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